Investimento pode ir a 22,7% do PIB

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BNDES indica que participação dos 5 setores prioritários no Produto poderá dobrar até 2010. Os investimentos de cinco setores que abrangem 82% do Plano de Aceleração do Investimento (PAC) crescerão 18,4% ao ano a partir do momento em que o programa deslanchar. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que a taxa de investimento da economia passará dos atuais 20,5% para 22,7% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir dos recursos prometidos.

BNDES indica que participação dos 5 setores prioritários no Produto poderá dobrar até 2010. Os investimentos de cinco setores que abrangem 82% do Plano de Aceleração do Investimento (PAC) crescerão 18,4% ao ano a partir do momento em que o programa deslanchar. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que a taxa de investimento da economia passará dos atuais 20,5% para 22,7% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir dos recursos prometidos.


Na vigésima-quarta edição do estudo “Visão do Desenvolvimento” o banco de fomento prevê um aumento médio de 132% nos investimentos em petróleo, energia, habitação, saneamento e ferrovias, de 2007 a 2010. “A participação desses setores no PIB vai praticamente dobrar com o PAC”, destaca o assessor de Assuntos Econômicos do BNDES, Ernani Torres.


Os segmentos contemplados pelo BNDES representavam 2,38% do PIB entre 2002 e 2005. Com a injeção de recursos, passam a equivaler a 4,5% do conjunto de riquezas nos próximos quatro anos.


O ritmo de crescimento dos investimentos selecionados é oito vezes maior que a média da economia brasileira nos últimos dez anos. Na última década, o investimento cresceu apenas 2,3% por ano, conforme lembra o BNDES.


Em 2004, porém, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) reagiu e passou de 17,8% do PIB em 2003 para 19,9% do PIB em 2005. Como já vem crescendo independemente de programa de crescimento, a FBCF tende a crescer mais que os 2,2% previstos pelo banco.


Ceticismo


Apesar de ser assinada por seis economistas (Fernando Puga, Marcelo Nascimento, Leandro Coutinho, André Santana, Marcelo Ferreira e Ernani Torre), a análise do BNDES é vista com ceticismo por Leonardo Miceli, da Tendências Consultoria. “O PAC não tem ainda essa capacidade, vai demorar para acontecer alguma coisa. O tempo médio no setor de construção civil é de 18 meses”, discordou.


Com R$ 78,4 bilhões do PAC, o setor de energia elétrica provará do maior aumento na taxa de investimentos, com crescimento de 31,1% ao ano. Pelo menos 16 usinas hidrelétricas já constam na carteira do BNDES para financiamentos. O investimento em geração de energia vai crescer 35,8% ao ano, enquanto o de transmissão, atualmente fortalecido pela forte presença da iniciativa privada, crescerá a uma taxa de 16% ao ano.


“Bola sete”


“Mas o maior impacto qualitativo será no setor de saneamento”, observa Torres. “O governo acertou a ‘bola sete’ ao incluir este setor no PAC, porque se tem alguma coisa que faz a diferença na área social é o setor de saneamento”, completou Torres.


Investir na infra-estrutura de água e esgoto, segundo mostra o especialista, é uma das melhores maneiras de se atacar desigualdades regionais no Brasil. No Norte, por exemplo, apenas 8% dos lares são atendidos com redes de água e esgoto, enquanto na região Sul o direito básico já chegou para 84% das residências. No Nordeste e Centro- Oeste, a cobertura é de apenas 30% e 35%, respectivamente.


Saneamento


Pelas simulações do BNDES, a taxa de investimento do setor de saneamento crescerá 19,7% ao ano, num total de 145% no período de 2007 a 2010. O crescimento é menor que na área de habitação, que deverá ganhar 25,8% em novos recursos a cada ano. O setor tem expressiva participação no PIB, com um quinto da FBCF. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra um déficit de oito milhões de casas no País.


Os investimentos em petróleo crescerão em média 12,5% ao ano, percentual mais tímido do que o dos demais segmentos por já receber bilionários aportes da Petrobras. A petrolífera estatal e seus parceiros respondem por mais de um terço dos recursos do PAC. O segmento de ferrovias, segundo o BNDES, crescerá menos ainda: 0,5% ao ano, com R$ 7,9 bilhões.




 

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