O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou 2006 em 2,96%, a menor taxa anual apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o 1,66% de 1998. O IPCA-15 é uma espécie de prévia do IPCA, referência para as metas de inflação do governo, que deverá variar 3% no ano, segundo a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou 2006 em 2,96%, a menor taxa anual apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o 1,66% de 1998. O IPCA-15 é uma espécie de prévia do IPCA, referência para as metas de inflação do governo, que deverá variar 3% no ano, segundo a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos. O centro da meta definida pelo Banco Central (BC) para o ano é de 4,5%.
O IPCA-15 e o IPCA, cujas taxas de dezembro e anual serão apresentadas em janeiro, são calculados com a mesma metodologia, mas com período de coleta diferente. Em dezembro, a variação do IPCA-15 foi de 0,35%, abaixo do resultado de 0,37% em novembro.
Eulina disse que o resultado do IPCA de dezembro poderá ser semelhante ao IPCA-15 do mês. ‘Podemos imaginar, com os resultados do IPCA-15, que os alimentos provavelmente virão abaixo do resultado de novembro e a pressão dos transportes será mais profunda no IPCA de dezembro’, disse.
A taxa de dezembro teve como principal contribuição individual de alta os reajustes dos ônibus urbanos (aumento de 2,01% e influência de 0,07 ponto porcentual). Os grupos que mais contribuíram para a taxa foram alimentos (alta de 0,48% e 0,10 ponto percentual de contribuição), transportes (0,46% e 0,10 ponto percentual) e vestuário (1,02% e 0,06 ponto percentual).
Dólar
No ano, o IPCA-15 contou com o dólar como fator fundamental para conter a inflação, segundo Eulina. Itens importantes nas despesas familiares tiveram variação reduzida ou deflação no acumulado de 2006, como alimentos (1,07%), energia elétrica (0,14%), higiene pessoal (0,53%), telefone fixo (- 0,85%), limpeza (- 2,35%), álcool (- 1,58%) e telefone fixo (0,85%. As maiores altas foram apuradas em ônibus urbanos (5,43%), habitação (3,05%), vestuário (5,44%), saúde, cuidados pessoais (5,91%) e despesas pessoais (7,07%).
Thadeu de Freitas, economista do Ibmec e ex-diretor do BC, concorda que o dólar baixo foi crucial para conter a inflação em 2006 e será também no próximo ano.
Para ele, o resultado do IPCA-15 no ano, bem abaixo da meta, mostra que o BC ‘não teve mira boa para a meta’ e reduziu os juros básicos (Selic) de maneira muito mais lenta do que o necessário, pressionando os juros reais (Selic menos inflação em 12 meses).