IPCA desacelera e aponta alta de 0,37% em março

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Gazeta Mercantil – Editoria: Nacional – Página: A-4


Resultado anima economistas, que já começam a esperar um corte maior da taxa Selic no dia 18. Passado o período de reajuste nas mensalidades escolares e preparativos para a volta às aulas, a inflação voltou a recuar. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de uma alta de 0,44% em fevereiro para uma elevação de 0,37% em março. Com a taxa, a inflação do primeiro trimestre é de 1,26%, abaixo do acumulado no mesmo período do ano passado (1,44%). Nos últimos 12 meses a alta é de 2,96%.

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Resultado anima economistas, que já começam a esperar um corte maior da taxa Selic no dia 18. Passado o período de reajuste nas mensalidades escolares e preparativos para a volta às aulas, a inflação voltou a recuar. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de uma alta de 0,44% em fevereiro para uma elevação de 0,37% em março. Com a taxa, a inflação do primeiro trimestre é de 1,26%, abaixo do acumulado no mesmo período do ano passado (1,44%). Nos últimos 12 meses a alta é de 2,96%.


“O recuo do IPCA em relação ao mês passado explica-se pelo retorno do grupo Educação (0,02%) à estabilidade pois, refletindo a típica aplicação de reajustes de início do ano letivo, esse grupo tivera alta de 3,48% em fevereiro e fora responsável pela maior parte do índice daquele mês”, apontam os técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em nota.


Já em março, além das condições do clima, a forte procura pelas frutas fizeram seus preços dispararem. O açaí, que virou mania de verão, ficou 16% mais caro no mês passado, segundo apurou o IBGE. O preço da fruta já havia sido reajustado em 5,7% em fevereiro.


Os alimentos encareceram 0,98% (após subirem 0,78% em fevereiro) e continuaram exercendo pressão sobre o índice. Na média, ficaram 0,94% mais caros. Na região metropolitana de Belém (PA), a alta dos alimentos chegou a 2,10%. Foi por isso que a capital registrou a maior inflação do País no terceiro mês do ano: 2,10%. A menor foi registrada no Rio de Janeiro (0,09%).


A taxa de água e esgoto (1,24%), gasolina (0,72%) e artigos de vestuário (0,47%) foram itens que também pressionaram o IPCA no mês. No caso da gasolina, as maiores altas foram registradas nas cidades de Belo Horizonte (4,41%), de Goiânia (4,01%) e de Porto Alegre (1,79%).


O cálculo do IPCA se baseia no orçamento de famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos. A pesquisa abrange nove regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 01 e 29 de março (referência) com os preços vigentes entre 30 de janeiro e 28 de fevereiro.


Espaço para Selic menor


O resultado positivo do IPCA em março animou economistas que já começam a esperar um corte maior do que o 0,25 ponto percentual na taxa básica de juro, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne nos dias 17 e 18 próximos para definir o novo patamar do juro, atualmente em 12,75% ao ano.


Segundo Rafael Castro, da LCA Consultores, o núcleo do indicador voltou para níveis abaixo do centro da meta de inflação para este ano, que é de 4,5%.


“Como o núcleo indica a tendência para a inflação, nesse caso, está mostrando que caminha para abaixo da meta”, acrescenta o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.


Para o analista econômico da consultoria Guedes & Pinheiro, José Ricardo Bernardo, o resultado do IPCA mostra que o BC, muito embora esteja conseguindo o seu objetivo de manter a inflação controlada, pode estar exagerando na lentidão do processo de corte da Selic.


Isso visto que o acumulado do IPCA em 12 meses está muito próximo ao limite inferior da meta, que é de 2,5%.”


Bernardo completa que uma queda mais rápida na taxa traz incentivo maior à iniciativa privada para investir, o que alavancaria o crescimento da economia brasileira proposto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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