Novo PIB revela maior produtividade

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Uma das principais surpresas positivas na revisão do PIB de 2006 (de 2,9% para 3,7%) foi o aumento, bem acima do esperado, dos investimentos do setor produtivo.


Pela metodologia anterior, a chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, medida do investimento) havia crescido 6,3% em 2006. Com a revisão, ela subiu 8,7%.


O investimento total no Brasil equivale hoje a pouco menos de 17% do PIB, o que é considerado baixo.

Uma das principais surpresas positivas na revisão do PIB de 2006 (de 2,9% para 3,7%) foi o aumento, bem acima do esperado, dos investimentos do setor produtivo.


Pela metodologia anterior, a chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, medida do investimento) havia crescido 6,3% em 2006. Com a revisão, ela subiu 8,7%.


O investimento total no Brasil equivale hoje a pouco menos de 17% do PIB, o que é considerado baixo. O ideal, para especialistas, seria cerca de 25% para gerar expansão sustentada.


Mas, como não tem havido pressões inflacionárias por conta de aumento na demanda, o dado mostra fortes ganhos de produtividade (além do aumento das importações).


“Aparentemente, há mais empresas incorporando mais máquinas em suas fábricas já existentes do que abrindo novas plantas. Isso não deixa de ser positivo, mas não se trata de um “boom” de investimentos”, diz Sérgio Vale, da MB Associados.


O aumento da produtividade e a tendência atual de aceleração na FBCF também afastaria novos temores de mais inflação em 2007. “Como o cenário para 2007 é de crescimento mais forte, principalmente pela demanda interna, isso afasta preocupações do ponto de vista da inflação”, afirma Marcela Prada, da Tendências.


Para o economista Fábio Giambiagi, do Ipea, o PIB de 3,7% em 2006 também tende a amenizar as críticas contra a política do Banco Central, acusado de manter os juros desnecessariamente altos.


“O que o PIB revisado mostra é que, no jogo político do governo, os dois lados ficam bem. Os chamados “desenvolvimentistas” têm razões para ficar um pouco mais satisfeitos, e o BC pode dizer que, se ainda é culpado pelo baixo crescimento, isso ocorre em escala muito menor.”


Giambiagi afirma que, com a revisão do PIB, o Ipea deverá fazer novas estimativas, para cima, sobre o crescimento neste ano. A última projeção apontava 3,7%.


O economista Antônio Delfim Netto lembra que, apesar de todos os grandes indicadores (como a relação dívida/PIB e o tamanho da carga tributária) melhorarem com a revisão, “não se pode deixar enganar pelo novo termômetro”. “O que não se pode é cometer os mesmos erros do passado, como elevar o endividamento e os impostos, só por causa de um alívio estatístico.”

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