A bancada feminina vai permanecer do mesmo tamanho na próxima legislatura. Nestas eleições, foram eleitas 45 deputadas federais por 20 estados. O número representa menos de 10% do total de 513 parlamentares.
Muitas delas, no entanto, foram recordistas de votos em seus colégios eleitorais. No Amapá, em Goiás, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, elas foram as campeãs de votos.
A bancada feminina vai permanecer do mesmo tamanho na próxima legislatura. Nestas eleições, foram eleitas 45 deputadas federais por 20 estados. O número representa menos de 10% do total de 513 parlamentares.
Muitas delas, no entanto, foram recordistas de votos em seus colégios eleitorais. No Amapá, em Goiás, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, elas foram as campeãs de votos. No Amapá, inclusive, as mulheres ocuparam as quatro primeiras posições.
Por outro lado, vão ficar sem representação feminina na Câmara pelos próximos quatro anos os estados de Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí e Sergipe, além do Distrito Federal.
O espaço das mulheres
Com apenas 25 anos, Manuela D’Ávila (PCdoB) foi a candidata mais votada no Rio Grande do Sul, com 271.939 votos. Ela começou a atuar na política em 1999 e é vereadora de Porto Alegre há dois anos. Entre as metas para o mandato que se inicia em fevereiro, D’Ávila aponta a luta por políticas públicas para a juventude e a defesa da educação e dos direitos femininos.
“As mulheres deste País, durante toda a História, lutaram para conquistar espaços iguais aos dos homens, nenhum direito a mais. Em todos os lados, seja o lado da mudança ou o conservador, existem mulheres que podem ocupar espaços”, afirmou a parlamentar eleita. “Os Estados Unidos, por exemplo, têm uma mulher negra [Condoleezza Rice] que cumpre um papel decisivo para manter a guerra do mal, a política de destruição. Então, em todos os lados as mulheres podem ocupar um lugar de relevância”, completou.
Desafios
O Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) ainda analisa os dados relativos às últimas eleições. Mas a pesquisadora Almira Rodrigues se diz preocupada com o baixo número de eleitas.
“É pouco ainda, nós podemos mais. Houve um crescimento maior nas candidaturas majoritárias, tanto para o Senado quanto para os governos, mas também essas candidatas que vieram foram por partidos menores”, afirmou.
Na opinião da socióloga, um dos principais desafios dessas parlamentares, na próxima legislatura, será garantir recursos para que a lei de combate à violência doméstica (Lei 11340/06) saia do papel. Outra luta será criar, por meio da reforma política, mecanismos para garantir uma maior representação feminina na política brasileira.
Conheça a bancada feminina da Legislatura 2007-2010:
Acre
Perpétua Almeida (PCdoB) – 28.748 votos (9,88% dos votos válidos)
Amapá
Janete Capiberibe (PSB) – 29.547 votos (10,35%)
Professora Dalva (PT) – 17.428 votos (6,10%)
Fátima Pelaes (PMDB) – 17.297 votos (6,06%)
Lucenira Pimentel (PPS) – 15.604 votos (5,46%)
Amazonas
Vanessa Grazziotin (PCdoB) – 95.950 (7,44%)
Rebecca Garcia (PP) 81.229 – (6,30%)
Bahia
Lídice da Mata (PSB) – 188.927 votos (2,88%)
Jusmari Oliveira (PFL) – 100.416 votos (1,53%)
Tonha Magalhães (PFL) – 78.034 votos (1,19%)
Alice Portugal (PCdoB) – 78.031 votos (1,19%)
Ceará
Gorete Pereira (PL) – 74.703 votos (1,81%)
Espírito Santo
Sueli Vidigal (PDT) – 118.127 votos (6,79%)
Rita Camata (PMDB) – 74.997 votos (4,31%)
Rose de Freitas (PMDB) – 73.049 votos (4,20%)
Iriny Lopes (PT) – 60.637 votos (3,48%)
Goiás
Dona Iris (PMDB) – 201.229 votos (7,10%)
Professora Raquel Teixeira (PSDB) – 83.398 votos (2,94%)
Maranhão
Nice Lobão (PFL) – 87.344 votos (3,04%)
Mato Grosso
Thelma de Oliveira (PSDB) – 76.770 votos (5,35%)
Minas Gerais
Jô Moraes (PC do B) – 111.330 votos (1,14%)
Maria do Carmo Lara (PT) – 86.506 votos (0,88%)
Maria Lúcia Cardoso (PMDB) – 78.242 votos (0,80%)
Pará
Elcione Barbalho (PMDB) – 114.465 votos (3,67%)
Bel Mesquita (PMDB) – 44.037 votos (1,41%)
Pernambuco
Ana Arraes (PSB) – 178.467 votos (4,26%)
Rio de Janeiro
Andreia Zito (PSDB) – 190.413 votos (2,40%)
Solange Amaral (PFL) – 101.428 votos (1,28%)
Cida Diogo (PT) – 70.535 votos (0,89%)
Solange Almeida (PMDB) – 69.432 votos (0,88%)
Marina Maggessi (PPS) – 55.031 votos (0,69%)
Suely (Prona) – 23.459 votos (0,30%)
Rio Grande do Norte
Fátima Bezerra (PT) – 116.243 votos (7,16%)
Sandra Rosado (PSB) – 69.277 votos (4,27%)
Rio Grande do Sul
Manuela D’Ávila (PCdoB) – 271.939 votos (4,56%)
Luciana Genro (Psol) – 185.071 votos (3,10%)
Maria do Rosário (PT) – 110.081 votos (1,85%)
Rondônia
Marinha Raupp (PMDB) – 65.420 votos (8,98%)
Roraima
Angela Portela (PTC) – 9.429 votos (4,94%)
Maria Helena (PSB) – 8.460 votos (4,43%)
Santa Catarina
Angela Amin (PP) – 174.511 votos (5,42%)
São Paulo
Luiza Erundina (PSB) – 195.886 votos (0,96%)
Janete Pietá (PT) – 116.865 votos (0,57%)
Aline Correa (PP) – 11.132 votos (0,05%)
Tocantins
Nilmar (PFL) – 32.056 votos (4,65%)
(Agência Câmara, 3 de outubro de 2006)