O peso dos impostos e a corrupção são os principais entraves ao crescimento do país, revela Sondagem da FGV (Fundação Getulio Vargas). Tradicionalmente associada a reclamações do empresariado, a carga tributária foi citada por 33,4% dos consumidores entrevistados na pesquisa.
A sondagem mostra que os tributos ganham importância para o consumidor de acordo com o aumento da renda.
O peso dos impostos e a corrupção são os principais entraves ao crescimento do país, revela Sondagem da FGV (Fundação Getulio Vargas). Tradicionalmente associada a reclamações do empresariado, a carga tributária foi citada por 33,4% dos consumidores entrevistados na pesquisa.
A sondagem mostra que os tributos ganham importância para o consumidor de acordo com o aumento da renda. Eles foram citados por 32,5% dos consumidores com renda familiar acima de R$ 9.600 e por 26,3% dos com renda abaixo de R$ 2.100.
Os mais jovens também mostram maior preocupação com os impostos: foram citados por 35,8% dos com menos de 35 anos e por 29,7% dos com mais de 61. E foram o fator mais importante para 35,1% dos consumidores paulistas.
Outros aspectos econômicos foram citados como obstáculos ao crescimento sustentável da economia, como os juros altos (21,6%), o desequilíbrio das contas públicas (16,5%) e a carência de investimentos (6,7%). Já o nível da taxa de câmbio foi lembrado por apenas 0,7% dos entrevistados.
“Empresários e consumidores têm avaliação diferente sobre a taxa de câmbio. Para o empresário, o câmbio é fator prioritário, mas, para o consumidor, não tem a mesma importância”, afirma Aloísio Campelo, coordenador da pesquisa.
A carência de investimentos foi citada com mais freqüência no Rio de Janeiro, por 10,1% dos consumidores cariocas. Segundo Campelo, as respostas traduzem a sensação de esvaziamento da economia local.
Na avaliação de 90,8% dos entrevistados, aspectos não econômicos podem afetar o crescimento da economia. Os fatores mais citados foram corrupção (38,6%), nível educacional (21,9%), segurança pública (14,7%) e estrutura político-partidária (8,3%).
Entre as capitais, a corrupção foi mais lembrada em Salvador (52,5%) e menos citada em Brasília (27,2%).
O nível educacional não foi citado pelos entrevistados com menor grau de instrução, que não concluíram o primeiro grau. “Esses consumidores não associaram a educação como fator de aumento da produtividade”, disse Campelo.
A segurança pública foi mencionada com mais freqüência no Rio de Janeiro, por 26,6% dos entrevistados. Em São Paulo, esse percentual foi de 11,9%. A preocupação com o tema foi maior entre os com renda familiar de até R$ 2.100.
A pesquisa detectou em março um aumento do pessimismo entre os consumidores. O índice de confiança caiu 2,8% e passou de 110,9 pontos para 107,8 pontos. Piorou a avaliação do consumidor sobre a situação atual e sobre o futuro. O indicador sobre disposição para compra de bens duráveis caiu 6%.