Pela primeira vez na história do Brasil, as reservas internacionais superaram a marca dos US$ 100 bilhões, chegando a US$ 100,360 bilhões na terça-feira. ‘Comemoro os US$ 100 bilhões porque são uma vacina contra turbulências’, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Segundo ele, sem reservas nesses níveis, o nervosismo vivido pelos mercados com as incertezas sobre as economias da China e dos Estados Unidos ‘teria derrubado a gente’.
A maioria dos analistas concorda com Mantega.
Pela primeira vez na história do Brasil, as reservas internacionais superaram a marca dos US$ 100 bilhões, chegando a US$ 100,360 bilhões na terça-feira. ‘Comemoro os US$ 100 bilhões porque são uma vacina contra turbulências’, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Segundo ele, sem reservas nesses níveis, o nervosismo vivido pelos mercados com as incertezas sobre as economias da China e dos Estados Unidos ‘teria derrubado a gente’.
A maioria dos analistas concorda com Mantega. Muitos lembram de momentos de tensão nos quais as poucas reservas brasileiras levavam a um círculo vicioso – os investidores tiravam recursos do País, o que aumentava o risco Brasil, desvalorizava o real, elevava a inflação e fazia o Banco Central (BC) a subir o juro, freando a atividade econômica.
‘Em maio do ano passado, tivemos uma turbulência mundial que levou o dólar de R$ 2,06 para R$ 2,40 num curto período. Para onde teria ido a taxa de câmbio se tivéssemos reservas baixas?’, indaga Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Banco ABN Amro Real para a América Latina e ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC. ‘Talvez para R$ 2,60’, especula.
Em 1997, o Brasil chegou a ter mais de US$ 70 bilhões de reservas, mas os temores com as crises da Ásia e da Rússia fizeram o valor cair para menos de US$ 50 bilhões em poucas semanas. Na crise de 2002, o País chegou a ter reservas de apenas US$ 16 bilhões e a taxa de câmbio disparou. Os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil previstos no acordo de 1998 tinham como principal objetivo fortalecer as reservas internacionais.
Para Mantega, as reservas elevadas funcionam como um seguro para o País e ajudam na redução dos custos de captação de recursos nos mercados internacionais. ‘A conta é salgada, mas temos uma série de benefícios’, disse, referindo-se ao custo de acumular divisas.
O custo de carregamento das reservas, segundo o ministro, vem caindo nos últimos meses. Para analistas, as reduções de juros promovidas pelo BC vêm encurtando a distância entre a taxa interna e os 5,25% vigentes nos Estados Unidos, que servem de base para a remuneração das reservas. ‘Saímos de um diferencial de taxas de 16% para algo como 8%’, comentou um economista. Mantega avaliou que ainda há espaço para crescimento adicional das reservas.
Em depoimento no Senado, terça-feira, o presidente do BC, Henrique Meirelles, destacou que as reservas do Brasil estão em cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). ‘Países como Chile, Rússia e Coréia têm reservas entre 15% e 30% do PIB’, disse. ‘Enquanto houver fluxo, o BC continuará comprando dólares e recompondo reservas’, observou um analista de mercado.