PIB foi de R$ 542,07 bilhões no 30 trimestre

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O Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi de R$ 542,07 bilhões, acumulando R$ 1,5 trilhão de janeiro a setembro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, houve a divulgação da variação do PIB no terceiro trimestre – um crescimento de 0,5% ante o segundo trimestre e de 3,2% ante igual trimestre de 2005. No ano, até setembro, o PIB cresceu 2,5%.


A taxa de investimento em relação PIB ao PIB ficou em 20,8% no terceiro trimestre, ante 20,4% do igual período de 2005.

O Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi de R$ 542,07 bilhões, acumulando R$ 1,5 trilhão de janeiro a setembro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, houve a divulgação da variação do PIB no terceiro trimestre – um crescimento de 0,5% ante o segundo trimestre e de 3,2% ante igual trimestre de 2005. No ano, até setembro, o PIB cresceu 2,5%.


A taxa de investimento em relação PIB ao PIB ficou em 20,8% no terceiro trimestre, ante 20,4% do igual período de 2005. Foi a Segunda maior taxa para o terceiro trimestre desde o início da série, em 1995, perdendo apenas para o mesmo período de 2004, quando foi de 20,9%.


Os técnicos do IBGE consideram corretas só as comparações da taxa de investimento com iguais períodos de anos anteriores, por causa das diferenças sazonais entre os trimestres. Para Claudia Dionisio, da coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o aumento da taxa de investimentos de 2005 para 2006 é reflexo da redução da taxa básica de juros (Selic), que fechou 2005 em 18% e já caiu para 13,25%. Outros fatores, segundo a economista, foram o aumento das operações de crédito para pessoas jurídicas, a recuperação do setor de construção civil e o aumento das importações de máquinas e equipamentos, influenciado pelo câmbio. Claudia acrescentou que os investimentos cresceram mais aceleradamente em termos nominais (10,6%) que o PIB (9%) no terceiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado.


Poupança


O IBGE também divulgou a taxa de poupança bruta em relação ao PIB no terceiro trimestre, que ficou em 25,2%, superior aos 24,3% do terceiro trimestre de 2005. Como no caso dos investimentos, a taxa de poupança do terceiro trimestre de 2006 só é inferior – para o mesmo período – à de 2004, que foi de 25,4%, o maior valor atingido na série iniciada em 1995.


“São dados positivos, mas ainda não suficientes para que a economia cresça a 5% de forma sustentada”, comentou Eustáquio Reis, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), referindo às taxas de investimento e de poupança. Para Reis, o aumento da poupança está ligado à virada da balança comercial desde 2000, que saiu de déficit para o atual superávit superior a US$ 40 bilhões. “A sociedade produz mais e exporta, em vez de consumir, o que resulta em poupança”, explicou o economista.


Neste ano, pela primeira vez na história, os investimentos diretos do Brasil no exterior, impulsionados pela internacionalização das operações de grandes empresas brasileiras, serão maiores do que os investimentos diretos estrangeiros no país. As projeções indicam que os investimentos estrangeiros devem fechar o ano em aproximadamente US$ 18 bilhões, e os investimentos brasileiros no exterior acima de US$ 26 bilhões. Esta reviravolta deve-se basicamente à aquisição da mineradora canadense Inco pela Vale, por US$ 18 bilhões. Mas os dados do PIB em valores do terceiro trimestre deixam claro que o movimento reflete tendência bem mais generalizada de internacionalização de empresas brasileiras. Além da Vale, alguns dos protagonistas desta nova onda são Petrobras, Gerdau e Odebrecht.


Segundo o IBGE, de janeiro a setembro de 2006, os investimentos diretos do Brasil no exterior somaram US$ 7,8 bilhões, um avanço de 226% em relação aos US$ 2,4 bilhões investidos pelas empresas do país no exterior em igual período de 2005. Já os investimentos estrangeiros no Brasil atingiram US$ 11,9 bilhões de janeiro a setembro de 2006, apenas 2,1% em relação aos US$ 11,7 bilhões de igual período de 2005. No fechamento do ano, porém, os investimentos estrangeiros no Brasil devem ter um desempenho um pouco melhor, saindo de US$ 15 bilhões em 2005 para US$ 18 bilhões – um crescimento de 20%.


Os números do IBGE vão só até setembro, e portanto não incluem a compra da Inco, fechada no fim de outubro e liquidada em novembro. A Petrobras é um exemplo de empresa que intensificou o processo de internacionalização. Segundo a estatal, os investimentos em atividades no exterior totalizaram R$ 3,9 bilhões de janeiro a setembro, com 110% de aumento em relação ao mesmo período de 2005.


A capacidade de financiamento no país atingiu o recorde para um terceiro trimestre neste ano, chegando a R$ 16,2 bilhões. No terceiro trimestre do ano passado havia sido de R$ 13,4 bilhões.


A principal novidade é que, pela primeira vez, o crescimento não está relacionado ao saldo externo de bens e serviços, e sim à queda do endividamento externo e ao aumento dos juros sobre o capital financeiro no exterior, segundo Claudia Dionisio. Ela observou que desde 2002, quando o Brasil começou a ter capacidade de financiamento – antes havia persistente déficit em conta corrente -, o saldo externo era o principal componente do crescimento. Agora, continua a ser o principal responsável pela geração de capacidade, mas não mais pelo seu crescimento, pelo menos no terceiro trimestre. O saldo externo ficou praticamente inalterado no período (R$ 24,8 bilhões) em relação ao terceiro trimestre de 2005 (R$ 24,6 bilhões).


 

 


 


 

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