José Nery, futuro senador do PSOL: “Só aceito reforma para aumentar os direitos dos trabalhadores”
O futuro senador José Nery Azevedo (PSOL-PA), que assumirá o mandato no lugar da senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), eleita governadora do Pará, pretende apoiar a reforma política defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas avisa: não aceitará nenhuma tentativa do governo de reduzir direitos dos trabalhadores nas possíveis reformas trabalhista e sindical.
– Com o meu voto, ninguém vai tirar direitos de trabalhadores.
José Nery, futuro senador do PSOL: “Só aceito reforma para aumentar os direitos dos trabalhadores”
O futuro senador José Nery Azevedo (PSOL-PA), que assumirá o mandato no lugar da senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), eleita governadora do Pará, pretende apoiar a reforma política defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas avisa: não aceitará nenhuma tentativa do governo de reduzir direitos dos trabalhadores nas possíveis reformas trabalhista e sindical.
– Com o meu voto, ninguém vai tirar direitos de trabalhadores. Sóaceito reforma para aumentar os direitos dos trabalhadores – afirmou, em entrevista à Agência Senado.
Cearense radicado no estado do Pará há 22 anos, José Nery, 45 anos de idade, é pela terceira vez vereador na cidade de Abaetetuba (PA), nas proximidades de Belém. Sindicalista atuante no Pará, integrou em 2002, como primeiro suplente, a chapa da então candidata ao Senado Ana Júlia Carepa. Militou no PT desde 1985 mas, no ano passado, decidiu se filiar ao novo PSOL. Com sua posse, o PSOL continuará com um representante no Senado, pois a senadora Heloísa Helena (AL) terá seu mandato encerrado no dia 31 de janeiro próximo.
A reforma política que José Nery pretende apoiar deve necessariamente prever o financiamento público de campanhas eleitorais e uma severa fidelidade partidária.
– Tenho algumas reservas quanto ao voto distrital, mas preciso pensar direito no assunto – disse.
Nos assuntos econômicos, José Nery tem “algumas divergências” com o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele critica pesadamente os juros praticados pelo Banco Central, por ele definidos como “monstruosos”. Concorda “apenas com a idéia” do superávit primário para pagamento dos juros da dívida pública federal.
– Mas reservar 4,25% do PIB para pagar juros é dinheiro demais. Por isso, nunca tem dinheiro suficiente para investimentos, educação, saúde e gastos sociais em geral – disse.
José Nery também não poupa a reforma agrária do presidente Lula, a qual considera “tímida e longe de alcançar as próprias metas do governo”. Essa timidez, a seu ver, é uma das responsáveis pela violência no campo.
Como representante de um estado da Amazônia, o futuro senador concorda “nas linhas gerais” com a política ambiental da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), especialmente as reservas extrativistas,mas lamenta que ela tem sido voz vencida dentro do governo. José Nery critica o projeto de Gestão de Florestas Públicas, aprovado no ano passado, por entender que ele “pode levar à privatização de florestas da Amazônia”.
José Nery foi membro da equipe de educadores da ONGFederação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), atuando na região de Abaetetuba junto aos trabalhadores rurais, metalúrgicos e operários da construção civil do complexo de alumínio Albrás-Alunorte. Atuou também junto aos trabalhadores de projetos agroindustriais dos municípios de Moju, Tailândia, Acará e Breu Branco, todos próximos de Belém. Trabalhou ainda na formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da região de Guajarina. Entre 1993 e 1995, integrou a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Culturais, Recreativas e de Assistência Social. (Agência Senado, 31 de outubro de 2006)