Reservas atingem US$ 81,44 bi, recorde da série histórica do BC

Compartilhe:

As reservas internacionais brasileiras subiram US$ 1,641 bilhão na última terça-feira, véspera do feriado da Proclamação da República. Com a alta, o valor das reservas passou dos US$ 79,799 bilhões de segunda-feira para US$ 81,44 bilhões no conceito de liquidez internacional.

As reservas internacionais brasileiras subiram US$ 1,641 bilhão na última terça-feira, véspera do feriado da Proclamação da República. Com a alta, o valor das reservas passou dos US$ 79,799 bilhões de segunda-feira para US$ 81,44 bilhões no conceito de liquidez internacional. É a primeira vez que o valor das reservas fica acima dos US$ 80 bilhões desde o início da série histórica do Banco Central em dezembro de 1956.


Contribuíram para a elevação das reservas o ingresso dos US$ 1,5 bilhão captados pelo Tesouro Nacional, com a emissão do título externo Global 2017, e a entrada dos dólares comprados pelo Banco Central na sexta-feira da semana passada.


Só neste ano, o aumento das reservas foi de quase US$ 28 bilhões. O crescimento tem sido possível graças aos dólares comprados pelo BC no mercado – neste ano, já foram adquiridos cerca de US$ 30,6 bilhões. As compras do BC, por sua vez, são feitas para absorver parte do fluxo recorde de divisas que o país recebendo.


Neste ano, a entrada de recursos externos no Brasil já chega a US$ 36,996 bilhões, devido, em boa parte, ao bom desempenho alcançado pela balança comercial. Já as remessas ao exterior para o pagamento de dívidas, por exemplo, apresentam trajetória de queda, ajudando a manter positivo o saldo líquido de dólares no país.


A emissão de títulos da dívida externa também colaborou para o aumento das reservas. Apenas neste ano, tais lançamentos somam US$ 4,4 bilhões. Os dólares das reservas normalmente são usados nos pagamentos da dívida externa do governo e em eventuais intervenções do BC no mercado de câmbio. Essa poupança em moeda estrangeira ajuda a proteger o país de crises externas.


O economista Caio Megale, da Mauá Investimentos, chama a atenção, porém, para o custo dessa proteção: a compra de dólares aumenta o volume de reais em circulação no mercado, e, para resgatar esse excesso, o BC vende títulos públicos remunerados pela taxa Selic, aumentando a dívida pública.


Para Megale, a preocupação com as reservas se justificava quando elas estavam abaixo de US$ 20 bilhões, mas, agora, esse problema já não é tão grave.


Por outro lado, as compras de dólares feitas pelo BC ajudam a evitar uma valorização mais forte do real. Para Maristela Ansanelli, economista-chefe do Banco Fibra, “as reservas não estão num nível absurdamente alto. Países asiáticos têm reservas muito maiores”. Além de proteger o Brasil de crises externas, a ação do BC serviria, então, para compensar o forte ingresso de divisas no país.




 

Leia mais

Rolar para cima