Saída de Marinho revolta a CUT

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Sindicalistas se reuniram com Lula para pedir a permanência do petista no Trabalho. Com a cerimônia de posse de cinco novos ministros, hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui as mudanças da reforma ministerial e dá início, de fato, ao segundo mandato, em reunião ministerial marcada para a próxima segunda-feira. Mas não de forma pacífica.

Sindicalistas se reuniram com Lula para pedir a permanência do petista no Trabalho. Com a cerimônia de posse de cinco novos ministros, hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclui as mudanças da reforma ministerial e dá início, de fato, ao segundo mandato, em reunião ministerial marcada para a próxima segunda-feira. Mas não de forma pacífica. Último capítulo da reforma, o anúncio do presidente do PDT, Carlos Lupi, para o Ministério do Trabalho e a ida do atual titular da pasta, Luiz Marinho, para o comando da Previdência provocou indignação entre as centrais sindicais, que se reuniram ontem com o presidente Lula para pedir a permanência de Marinho no Trabalho.


“Nós consideramos um retrocesso para os sindicatos a saída de Marinho, que teve um grande papel no desenho de políticas públicas como a política de valorização do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda”, declarou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Carlos Alberto Granna, ao chegar ao Palácio do Planalto, no início da noite de ontem.


A rebelião das centrais tem como pano de fundo a resistência à entrada do PDT no ministério, que dá peso à Força Sindical nas negociações entre governo e trabalhadores e, na visão dos sindicatos, inviabiliza o avanço das reformas trabalhista e sindical. A CUT, em particular, teme a possibilidade de que Marinho, ex-presidente da central, tenha que encampar a missão de conduzir uma reforma da Previdência que reduza os direitos dos trabalhadores da iniciativa privada.


As súplicas dos sindicatos pela permanência de Marinho, entretanto, esbarram em dois fatores de peso no governo. O primeiro é a necessidade de acomodar o novo aliado PDT na Esplanada. O segundo, e mais importante, foi o veto do ministro da Fazenda, Guido Mantega à entrada de Lupi na Previdência.


O PDT é visto, pelo governo e pelo PT, como elemento mais instável da base aliada que dá sustentação a Lula no Congresso. Não por acaso, em conversas reservadas durante a semana passada, o presidente foi aconselhado a evitar a presença do partido em uma posição delicada como a Previdência. O partido, por exemplo, registrou o maior índice de traição ao governo na primeira votação na Câmara do recurso petista que pediu o arquivamento da CPI do Apagão Aéreo. Na ocasião, dos deputados presentes em plenário, apenas um votou de acordo com a orientação do Planalto.


Candidato à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), em 2008, Marinho cumpriria a função de ministro-tampão no cargo. De seu apartamento, em São Bernardo do Campo, onde passou o último fim de semana, Lula teria conversado com Marinho e acertado o acordo que iria propor ao PDT, segundo assessores do Palácio do Planalto. O Ministério do Trabalho foi oferecido como opção ao partido aliado em reunião com Carlos Lupi, na noite de terça-feira.


Foi a tática usada por Lula, para evitar o desconforto de negar, de última hora, a Previdência ao PDT, que preferiu o Trabalho por ser mais “próximo ao histórico do partido”.


 


 




 

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