Shoppings faturam R$ 58,3 bilhões

Compartilhe:

JULIANO WLADIMIR CAPATO

DO JORNAL DO COMMERCIO




As vendas nos shoppings de todo o Brasil cresceram 5% neste Natal em relação a igual período do ano passado. O desempenho fez o faturamento real do setor (descontado a inflação), ao longo do ano, passar de R$ 55,3 bilhões em 2005 para R$ 58,3 bilhões em 2006, uma alta de 5,42%.

JULIANO WLADIMIR CAPATO

DO JORNAL DO COMMERCIO




As vendas nos shoppings de todo o Brasil cresceram 5% neste Natal em relação a igual período do ano passado. O desempenho fez o faturamento real do setor (descontado a inflação), ao longo do ano, passar de R$ 55,3 bilhões em 2005 para R$ 58,3 bilhões em 2006, uma alta de 5,42%. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Nabil Sahyoun, o aumento só não foi maior devido à grande concorrência das lojas de rua, os chamados “shoppings a céu aberto”; ao fechamento dos estabelecimentos durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol; ao reajuste das tarifas públicas e ao crescimento nas vendas dos setores imobiliário e automotivo.


Durante a Copa, muitas lojas fecharam duas horas antes dos jogos e reabriram, em média, duas horas depois. “Isto prejudicou o faturamento, pois a população não ia aos shoppings neste horário. Já com a compra de imóveis e carros, há uma tendência normal de gastos menores dos consumidores no comércio”, declarou Sahyoun.


Conforme o executivo, mesmo com estes fatores negativos, o crescimento é considerado bom, tanto que ao longo deste ano foram abertas 2.634 novas lojas. “Juntos, os novos pontos de venda somaram R$ 1,8 bilhão em faturamento”, disse. Com as inaugurações, os 622 shoppings tradicionais, temáticos, outlets, de atacado e rotativos passaram a contar com 76.922 lojas em 2006, ante 74.288 lojas em 601 empreendimentos, em 2005.


Por regiões, o Sudeste ainda possui o maior número de lojas, com 43.887, mais de três vezes a quantidade do segundo colocado, o Sul, com 14.188 lojas. O Nordeste possui 11.783, o Centro-Oeste, 5.817; e o Norte, 1.247. Ao se levar em conta a divisão dos shoppings por regiões, o Sudeste também lidera o ranking nacional, com 335 centros de compras em atividade. O Sul vem logo depois, com 130, seguido pelo Nordeste, 102; Centro-Oeste, 42; e Norte, 13.


Com relação ao número de empregos, o setor possui 831.400 trabalhadores diretos. Somente no final deste ano, foram oferecidas 85 mil vagas temporárias. Segundo Sahyoun, em média, 25% das novas ocupações tornam-se efetivas e, para o próximo ano, deverão ser criados 30 mil postos de trabalho.


Para 2007, o presidente da Alshop aguarda incremento de R$ 4,1 bilhões na receita do setor, prevendo encerrar o ano com R$ 62,4 bilhões em faturamento real e entre 632 e 636 shoppings em funcionamento após a inauguração de dez a 14 novos empreendimentos no período. “Sinais da economia em 2007 já trazem a expectativa de bons resultados. A segunda gestão do presidente Lula deverá estar mais experiente administrativa e politicamente. Aliada à redução das taxas de juros, os lojistas esperam o cumprimento de compromissos como as reformas tributárias, administrativa, política e previdenciária”, afirmou.


NATAL DOS IMPORTADOS. O presidente da Alshop destacou a forte procura neste Natal pelos produtos importados, entre eles, mercadorias dos setores brinquedos, informática e eletrônicos.


Nas lojas de brinquedos, por exemplo, nas quais 70% dos produtos são importados, especialmente aqueles com mais tecnologia, o faturamento deste ano foi 8% maior se comparado a igual período de 2005. “As vendas de computadores também tiveram bom desempenho. A queda do dólar e a democratização dos produtos ocasionaram a redução dos preços finais ao consumidor em cerca de 25%”, calculou Sahyoun.


Além dos importados, também foram registradas boas vendas de mercadorias nacionais como eletrônicos, televisores, eletrodomésticos, telefones celulares, produtos para cama, mesa e banho, livros, jóias e bijuterias. Sobre o setor de vestuário, responsável por 50% da oferta de produtos nas lojas dos shoppings, o aumento nas vendas foi de 10% neste Natal. O tíquete médio girou na casa dos R$ 50. Com as lojas de grife, o valor médio das compras pulou para R$ 150.


As vendas de calçados aumentaram em torno de 12% este ano. O valor médio das vendas de marcas mais acessíveis foi de R$ 80. Já nos estabelecimentos de grife, os consumidores gastaram, aproximadamente, R$ 150, em média. O último mês do ano representa 25% do faturamento de alguns lojistas de roupas e calçados.


De acordo com Sahyoun, as grandes redes tiveram o melhor desempenho nos shoppings, pois representam 30% das lojas em operação. Os 70% restantes são prestadoras de serviços e estabelecimentos de menor porte. “Os lojistas tiveram boas vendas e estão preparados para mais, pois os locais permanecerão lotados até o próximo dia 31devido às tradicionais liquidações e saldões pós-Natal. Além disso, não podemos nos esquecer das trocas e, por conseqüências, das novas vendas”, disse.


Esta semana, conforme Sahyoun, os lojistas estão esperançosos com aumento da procura por lingeries, roupas, camisas, sapatos e outros produtos brancos para o Réveillon.


INVESTIMENOS. O presidente da Alshop comentou ainda sobre a aposta de grandes grupos nacionais e estrangeiros no setor, como o investimento de R$ 600 milhões pela americana Developers Diversifield, em parceria com a portuguesa Sonae Sierra e Inplanta Engenharia. “Outras associações como a dos fundos canadenses Cadillac Fairview e Ivanhoe Cambridge com as brasileiras Multiplan e Ancar envolvem recursos cujos valores parciais somam algo em torno de R$ 160 milhões”. A Multiplan e a Ancar controlam e administram 20 grandes centros de compras no país.


De acordo com Sahyoun, nos próximos quatro anos, serão investidos R$ 5,95 bilhões em capital nacional e estrangeiro para construir 89 novos shoppings. Deste total, 61 empreendimentos já estão com obras em andamento. O restante ainda está em fase de projetos.

Leia mais

Rolar para cima