Taxas de juros voltam a aumentar

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Depois de dez meses de queda, os juros cobrados pelos bancos voltaram a subir neste começo de ano. De acordo com levantamento do Banco Central, a taxa média praticada nos empréstimos bancários passou de 39,8% ao ano para 39,9% entre dezembro e janeiro.A elevação se concentrou nas operações de crédito a pessoas físicas, nas quais os juros médios subiram de 52,1% ao ano para 52,3%. Entre as empresas, a taxa ficou estável em 26,2%.


Esse movimento reflete a alta do chamado spread bancário, que em janeiro chegou a 27,4 pontos percentuais, acima dos 27,2 pontos registrados em dezembro.

Depois de dez meses de queda, os juros cobrados pelos bancos voltaram a subir neste começo de ano. De acordo com levantamento do Banco Central, a taxa média praticada nos empréstimos bancários passou de 39,8% ao ano para 39,9% entre dezembro e janeiro.A elevação se concentrou nas operações de crédito a pessoas físicas, nas quais os juros médios subiram de 52,1% ao ano para 52,3%. Entre as empresas, a taxa ficou estável em 26,2%.


Esse movimento reflete a alta do chamado spread bancário, que em janeiro chegou a 27,4 pontos percentuais, acima dos 27,2 pontos registrados em dezembro. O spread é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado e a taxa cobrada para repassá-lo para os clientes.


Ao divulgar os dados, o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que “o resultado de janeiro é pontual e não deve se repetir nos próximos meses. Segundo Lopes, é comum que ocorra, entre dezembro e janeiro, aumento nos juros. Isso se deve ao comportamento de muita gente nessa época do ano: em dezembro, usa-se o dinheiro do 13º salário para quitar algumas dívidas, principalmente no cheque especial.


“O crédito que mais se demanda em janeiro é o cheque especial, que é o que tem a taxa mais elevada”, afirmou Lopes. Isso aumenta o peso dos juros do cheque especial no do custo médio dos empréstimos.


Cheque Especial


No mês passado, de acordo com a pesquisa do BC, os juros do cheque especial estavam em 141,9% ao ano – de longe, os mais altos entre todas as modalidades de crédito da pesquisa. Mas, além desse efeito estatístico, também houve aumentos em tipos específicos de empréstimo. Os juros dos financiamentos para a compra de veículos, por exemplo, passou de 32,3% ao ano para 32,7% entre dezembro e janeiro.


Para Lopes, essa alta é conseqüência da maior procura por esse tipo de empréstimo. Ou seja, a demanda cresce e não é acompanhada, no mesmo ritmo, por uma maior oferta de crédito por parte dos bancos.


Já nos empréstimos para empresas, também se observa um ligeiro aumento em algumas linhas de crédito, embora, na média, os juros tenham ficado estáveis no mês passado. Mas um dos maiores aumentos ocorreu, justamente, numa das linhas de crédito mais usadas por pessoas jurídicas, o financiamento para capital de giro. Nela, os juros foram de 31,1% ao ano para 32,0%. A taxa da chamada conta garantida – espécie de cheque especial para empresas, também bastante procurada – subiu de 64,8% ao ano para 65,4%.


O crédito habitacional cresceu 2,6% em janeiro, mais do que a média das demais modalidades de financiamento bancário, que tiveram elevação de 0,7%, informou ontem o BCl. Em dezembro de 2006, a expansão do crédito foi de 2,3%. Com o avanço de janeiro, o estoque das operações de crédito aumentou de R$ 733,824 bilhões para R$ 738,719 bilhões. Em 12 meses até janeiro, o crescimento do crédito está acumulado em 21,4%. Apesar da alta, o crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu estável em janeiro em 34,3%.


O aumento do crédito à habitação é uma tendência que se estabeleceu desde o ano passado, impulsionada pela queda dos juros, aumento do nível de emprego e novas facilidades para o financiamento da casa própria. “A expectativa é que a taxa continue a subir”, comentou o Altamir Lopes, ao divulgar o boletim sobre o mercado de crédito brasileiro no mês de janeiro.


Outro sinal de força dos empréstimos habitacionais é o crescimento de 5,5% nos financiamentos feitos com recursos livres. Por lei, os bancos são obrigados a direcionar parte de seus recursos para o empréstimo habitacional. Em janeiro alguns cumpriram esse limite e ainda usaram parte de seus recursos “livres”. Esse montante chegou a R$ 1,278 bilhão em janeiro, um valor pequeno, admitiu Lopes. Mas o número confirma a tendência de crescimento do setor.


Também o valor dos empréstimos tomados pelas pessoas físicas aponta na mesma direção. Em janeiro, os financiamentos com valor acima de R$ 50 mil cresceu 3%, enquanto na faixa de até R$ 5 mil o crescimento foi de 0,6%.


 


 


 


 


 

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