Ticket se moderniza e cria plataforma para cartões

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A Ticket Serviços, maior empresa de benefícios do Brasil, resolveu apostar forte nos meios eletrônicos de pagamentos. A companhia investiu R$ 20 milhões e criou sua própria processadora de cartões. Com os investimentos, a Ticket, que pertence ao grupo europeu Accor, virou referência mundial para a companhia e será celeiro para o desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias para a empresa européia.

A Ticket Serviços, maior empresa de benefícios do Brasil, resolveu apostar forte nos meios eletrônicos de pagamentos. A companhia investiu R$ 20 milhões e criou sua própria processadora de cartões. Com os investimentos, a Ticket, que pertence ao grupo europeu Accor, virou referência mundial para a companhia e será celeiro para o desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias para a empresa européia.


A idéia de apostar nos cartões começou a ganhar corpo na Ticket em 2000, quando a empresa definiu que precisava se modernizar e trocar parte dos tradicionais vales-refeição de papel por plásticos. Os primeiros cartões surgiram na empresa em 1996, mas não faziam parte do foco dos negócios. 


Em 2000, com a nova estratégia, os cartões ganharam peso e a empresa começou a colocar o produto na praça. Até o ano passado, o processamento e gestão dos 2,5 milhões de cartões da Ticket eram terceirizados. No final de 2004, a empresa importou uma plataforma desenvolvida na Colômbia e adaptou para suas operações no Brasil. Em agosto do ano passado, começou os primeiros testes e em dezembro migrou todos os cartões. Desde 2000, foram investidos R$ 120 milhões em tecnologia. 


“O mercado de pagamentos eletrônicos será cada vez maior. A tendência é tudo se tornar eletrônico”, afirma a diretora da Ticket Eliane Maria Aere, que ajudou a desenvolver a plataforma. 


Hoje, dos 4,5 milhões de clientes da Ticket, 2,5 milhões usam o cartão e o restante têm o vale de papel. Segundo Eliane, ainda há demanda por vales de papel, por causa do tamanho do Brasil e de lugares distantes onde ainda não é possível o uso de meios eletrônicos – em tempos de ações ecologicamente corretas, a Ticket resolveu diminuir o tamanho do vale de papel e, com isso, gerar um economia de 40 toneladas de papel por ano. Na companhia, cerca de 60% dos novos pedidos são para vales de papel. 


Mesmo assim, a tendência é que a participação do papel continue em queda no total de clientes da Ticket. No futuro, a grande maioria vai usar os cartões ou outros meios para pagar suas compras, avalia Eliane. Um destes meios é o celular. Para isso, a Ticket já começou a fazer testes do uso do aparelho como meio de pagamento, informa o diretor de tecnologia da empresa, Sergio Luiz de Oliveira. 


A plataforma – que recebeu o nome técnico de Sistema de Gestão de Cartões – tem capacidade para fazer o processamento de 500 transações por segundo e o gerenciamento de seis milhões de cartões. O que equivale a quatro vezes o tamanho que a Ticket tem hoje no país. 


A empresa vem crescendo 12% ao ano nos últimos anos. Em 2007, deve repetir este número. A Ticket ainda não divulgou o balanço de 2006, mas o faturamento total deve ultrapassar os R$ 6 bilhões (foi de R$ 5,6 bilhões em 2005). A Ticket tem 50 mil empresas na carteira e uma rede de 280 mil estabelecimentos credenciados espalhados por 4,8 mil municípios brasileiros. Desde 2004, ela passou a apostar no segmento de pequenas e médias empresas para ganhar mercado. 


O mercado de cartões de benefícios, que deve movimentar R$ 17 bilhões este ano, está na mão de quatro empresas. Além da Ticket, Visa Vale, Grupo VR e Sodexho. Com a entrada da Visa Vale, há três anos, que abandonou de vez o papel e resolveu apostar apenas em cartões, a concorrência se acirrou. 


A nova plataforma da Ticket vai gerar uma economia de 30% em custos para a companhia. Além disso, vai permitir o desenvolvimento de novos produtos em cerca de 30 dias. Antes, quando as operações eram terceirizadas, chegava-se a demorar seis meses para criar um produto. 




 

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