Vendas no varejo têm alta recorde

Compartilhe:

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-6


O comércio varejista registrou novo desempenho recorde em fevereiro, após os ótimos resultados já apurados em janeiro, apontando forte aquecimento da demanda interna. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do setor cresceram 9,4% em fevereiro em relação a igual mês de 2006. O aumento foi o maior para o mês de fevereiro apurado desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. Na comparação com janeiro, a expansão foi de 0,4%.

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-6


O comércio varejista registrou novo desempenho recorde em fevereiro, após os ótimos resultados já apurados em janeiro, apontando forte aquecimento da demanda interna. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do setor cresceram 9,4% em fevereiro em relação a igual mês de 2006. O aumento foi o maior para o mês de fevereiro apurado desde o início da série histórica da pesquisa, em 2001. Na comparação com janeiro, a expansão foi de 0,4%. No primeiro bimestre, as vendas acumularam alta de 8,9%.


Reinaldo Pereira, técnico da coordenação de comércio e serviços do instituto, atribui os bons resultados à conjuntura econômica favorável. Ele citou a queda na inflação e nos juros, o câmbio, o aumento da renda real e as condições favoráveis de crédito como estímulos para as vendas do varejo. O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, disse que o aumento da massa real de rendimentos foi o grande fator a impulsionar o comércio em fevereiro. Segundo ele, a massa salarial aumentou 8,1% no primeiro bimestre deste ano ante igual período do ano passado, variação bem superior à expansão já significativa de 5,0% registrada nos dois primeiros meses de 2006.


Ele também cita o crédito como forte estímulo para o setor e alerta que a manutenção do ritmo de crescimento do varejo dependerá de quedas futuras nas taxas de financiamento, que evitariam um aumento na inadimplência. Mauricio Moura, economista-chefe da Gouvêa de Souza e especialista em varejo, cita o crédito em expansão, a inflação controlada e o câmbio valorizado como “grandes propulsores” do comércio em fevereiro.


Demanda.Para Alexandre Andrade, da Tendências Consultoria, os resultados mostram que “a demanda doméstica continua muito aquecida”. A avaliação é compartilhada pela economista Giovanna Rocca, do Unibanco, que em relatório sobre a pesquisa afirmou que os dados confirmam um cenário de demanda forte em 2007. Para ela, o consumo deverá prosseguir em alta e os investimentos na indústria e as importações vão evitar que o aquecimento da demanda pressione a inflação.


O segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem maior peso na pesquisa do IBGE, registrou aumento de 6,9% nas vendas ante fevereiro de 2006, puxando o crescimento geral do varejo. Pereira atribui a alta especialmente ao aumento da massa salarial, já que esse segmento depende diretamente do comportamento da renda.


A expansão da massa salarial foi também a justificativa apontada por Pereira para o crescimento nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (3,6%) nessa base de comparação. Por outro lado, a manutenção de condições favoráveis de crédito e a queda nos preços (com efeito do câmbio) garantiram uma expansão de 19,1% nas vendas de móveis e eletrodomésticos.


O desempenho do comércio neste início de ano tem sido tão positivo que até mesmo o segmento de combustíveis e lubrificantes, que foi marcado por resultados ruins no ano passado, confirma uma tendência de recuperação, com expansão de 5,5% em fevereiro ante igual mês do ano passado. Pereira acredita que esse crescimento está relacionado à estabilidade de preços dos combustíveis, além do aumento nas vendas de automóveis (19,5% nessa base de comparação) e o crescimento da renda real.


 

 


 


 

Leia mais

Rolar para cima